Números da Violência em Praia Grande em 2015




VIOLÊNCIA REGISTRADA EM PRAIA GRANDE ¹ Total
HOMICÍDIO DOLOSO (2) 38
Nº DE VÍTIMAS EM HOMICÍDIO DOLOSO (3) 39
HOMICÍDIO DOLOSO POR ACIDENTE DE TRÂNSITO 2
Nº DE VÍTIMAS EM HOMICÍDIO DOLOSO POR ACIDENTE DE TRÂNSITO 2
HOMICÍDIO CULPOSO POR ACIDENTE DE TRÂNSITO 37
HOMICÍDIO CULPOSO OUTROS 0
TENTATIVA DE HOMICÍDIO 58
LESÃO CORPORAL DOLOSA 1000
LESÃO CORPORAL CULPOSA POR ACIDENTE DE TRÂNSITO 821
LESÃO CORPORAL CULPOSA - OUTRAS 33
LATROCÍNIO 8
Nº DE VÍTIMAS EM LATROCÍNIO 8
ESTUPRO 51
ROUBO - OUTROS 3823
ROUBO DE VEÍCULO 1224
ROUBO A BANCO 0
ROUBO DE CARGA 55
FURTO - OUTROS 4880
FURTO DE VEÍCULO 1059


¹ Os crimes sem BO não são registrados.
fonte: Secretaria de Segurança Pública

Crescimento da violência choca moradores e turistas em Praia Grande

15/01/20160 - 6h00
UOL
Situado a 72 km de São Paulo, o município de Praia Grande é um dos destinos mais procurados do litoral paulista, principalmente no verão, quando sua população salta de 270 mil para 1 milhão. Mas, para parte dos moradores e veranistas, a imagem de um lugar tranquilo para viver ou passar férias já não existe.

Em plena madrugada do último Natal, dois turistas morreram assassinados em dois diferentes ataques no mesmo cruzamento, no bairro Cidade Ocian. Estes casos de dezembro ainda não aparecem nas estatísticas publicadas na página da Secretaria da Segurança Pública na internet. Entretanto, mesmo sem a inclusão dos dados do último mês do ano, os números mostram que 2015 foi mais violento que 2014 no município.

Só no período de janeiro a novembro, foram registrados 34 casos de homicídio e 35 vítimas. Um registro de homicídio pode envolver mais de uma vítima. Ao longo do ano anterior, a Secretaria da Segurança Pública havia contabilizado 28 casos e 31 pessoas assassinadas. A quantidade de registros cresceu pelo menos 21,4% em 2015.

O aumento da criminalidade provoca desespero. Dono de uma casa de veraneio furtada várias vezes, Daniel Pereira da Silva decidiu colocar uma faixa na frente do imóvel para avisar os criminosos de que não há mais nada a ser levado.

Morador de Praia Grande há 20 anos, o aposentado Paulo Sérgio Joaquim, 62, diz que seu bairro, o Caiçara, tornou-se violento e pensa em se mudar da cidade. "Sempre gostei [do bairro e da cidade], mas hoje estou pensando em ir embora. É perigoso mesmo. Vim pela qualidade de vida, mas hoje não encontro isso. Eduquei meus filhos na praia. Hoje meus netos não podem ir na rua para jogar bola."

Migração do crime


Joaquim já teve seu carro, sua casa e seu celular roubados. "Aumentei os muros da minha casa, ela é totalmente fechada. Aqui não tem liberdade. Os bandidos é que passeiam à vontade."

No verão, diz o aposentado, criminosos de outras cidades desembarcam em Praia Grande. "Fica mais perigoso nesta época do ano. Os bandidos daqui eu conheço. Então, posso tentar evitá-los. E os que eu não conheço?".

A PM (Polícia Militar) de São Paulo reconhece o fenômeno da migração de criminosos neste período do ano e diz reforçar o efetivo na orla. Em dezembro, o governo estadual anunciou o envio de 2.883 policiais militares para 16 municípios litorâneos até 15 de fevereiro.

Na Praia Grande, a PM afirma que o policiamento é feito com um centro integrado de monitoramento, um comando móvel, base comunitária, torres de observação, viaturas, quadriciclos, motocicletas, bicicletas e a pé.
 
Mortes no Natal

Os dois assassinatos da madrugada de Natal aconteceram no cruzamento da avenida Roberto Almeida Vinhas com a avenida Dom Pedro 2º. A Polícia Civil prendeu cinco pessoas – quadro adolescentes e um adulto, de 18 anos – e considera os casos esclarecidos.

Segundo o delegado titular de Praia Grande, Flávio Máximo, todos os detidos são moradores locais e passaram por períodos de internação na Fundação Casa. Três deles participaram das duas ações.

Eles haviam saído de um baile funk nas proximidades e queriam roubar um carro. A mãe do rapaz de 18 anos foi incluída na lista de indiciados por ter descartado a arma, um revólver calibre 38. Ela responderá pelo crime de fraude processual.

Um dos adolescentes matou, logo depois da meia-noite, a professora Maria da Consolação Duarte, 65. Ela estava em um carro com o marido. O casal havia acabado de chegar de São Paulo para visitar parentes.

Antes das 3h, a cena se repetiu. Um casal de Itanhaém, no litoral paulista, parou o carro no cruzamento, criminosos se aproximaram, fizeram ameaças na tentativa de roubar o veículo e atiraram. O consultor Pedro Henrique Cardoso Tecedor, 42, morreu.
 
Defasagem

A PM disse que os "indicadores criminais não mostram aquele trecho como crítico". Na mesma linha, o delegado Flávio Máximo classificou os crimes como casos isolados.

Apesar de reconhecer o reforço de contingente da Polícia Militar no verão e dizer que a quantidade de crimes graves diminui nesta época, o delegado afirmou que a segurança pública não acompanhou o crescimento da população e "está defasada" em Praia Grande.

Parentes das vítimas enfrentam o choque provocado pela violência e a dificuldade de superar as perdas repentinas. O professor José Eduardo Botelho de Sena, sobrinho de Maria da Consolação, disse que, depois do funeral da tia, a família ficou reclusa. "A família entrou em luto. Não houve absolutamente nada [de festa no Natal e no Ano Novo]".

Maria deixou dois filhos e duas netas. "O nosso receio é que tudo vire estatística. Para nós, a morte é 100%. Foi uma morte banal e com requintes de crueldade porque não houve reação", afirmou Sena. "O que leva jovens a fazer isso? Por que não estavam curtindo o Natal? Quais são os valores passados para eles?"

RÁDIO BANDEIRANTES

Casas de veraneio são invadidas e até mesmo alugadas sem donos saber

09/01/2016 07h34 - Atualizado em 09/01/2016 07h34
G1 Santos


Donos de casas de veraneio de Praia Grande, no litoral de São Paulo, estão encontrando surpresas ao visitar suas residências na praia: algumas delas foram invadidas.

Uma das vítimas desse crime foi a empresária Rosângela Pinheiro da Silva. Ela percebeu que sua casa foi ocupada por conta das altas contas de água e luz. Em novembro, não houve consumo e, no mês seguinte, a conta estava com débito de mais de R$ 250.

"O valor era muito além do que eu costumo pagar. Foi então que decidi ver o que estava acontecendo. Ao chegar na casa, notei que tinha gente morando lá", conta a empresária.
saiba mais

Após a constatação, a vítima entrou em contato com a empresa responsável e pediu para que a energia elétrica fosse cortada. Em seguida, houve uma nova surpresa: a residência havia sido alugada por terceiros, que chegaram a firmar um contrato em cartório.

"Quando fui fazer um boletim de ocorrência, haviam outras pessoas na delegacia com o mesmo problema. Um policial militar chegou a constatar qual era meu problema antes mesmo de eu chegar a comentar, mostrando que era algo recorrente. Isso é um absurdo", desabafa

O delegado Flávio Máximo explica que nesse tipo de crime, a ação da polícia não é imediata e alerta os donos de residências de veraneio. "A policia não pode tomar providência de imediato. É necessário que a vítima procure a Justiça e peça a reintegração de posse. Só assim para tirar os invasores do local. Aconselhamos também que as pessoas redobrem a segurança nessas casas para que se evite isso", explica.

Idosa sofre sequestro relâmpago e tem prejuízo de quase R$ 10 mil

08/01/2016 - 09:51 - Atualizado em 08/01/2016 - 09:52
A TRIBUNA
Uma aposentada de 76 anos viveu momentos de horror nas mãos de três marginais, nesta quarta-feira (6), no Canto do Forte, em Praia Grande. Pensionista, ela foi vítima de sequestro relâmpago ao sair de um salão de beleza e obrigada a fazer saques e empréstimos financeiros pelos dois homens e pela mulher que a renderam. Ao todo, a aposentada teve um prejuízo de R$ 9.848,00.

A abordagem do trio ocorreu ainda pela manhã, quando a pensionista saia do cabeleireiro. Dentro de um carro prata, os bandidos se aproximaram e, sob ameaças de morte, exigiram que ela entrasse no veículo. Mantida refém no automóvel, a aposentada, na companhia da mulher envolvida no crime, foi levada a uma agência do Banco do Brasil. 

Lá, ela sacou R$ 1 mil e realizou um empréstimo consignado de R$ 8.848,00. Com o dinheiro, a aposentada foi recolocada dentro do veículo e abandonada na Avenida Presidente Kennedy.

Assustada, ela pediu ajuda e compareceu ao 1º DP de Praia Grande para registrar a ocorrência. Em depoimento ao delegado Marcos Roberto da Silva, a vítima não soube detalhar as características físicas dos marginais, tampouco as placas do carro que usavam.