PM é flagrado invadindo casa e dando tapa no rosto de morador em SP (em Praia Grande)

12/07/2020

Um jovem de 21 anos foi agredido por um policial militar no quintal de uma residência no bairro Melvi, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. O G1 teve acesso a imagens da agressão neste domingo (12), registradas por familiares da vítima, que mostram o rapaz sendo empurrado pelo PM para dentro da garagem e levando tapas.

O caso ocorreu na Avenida Milton de Oliveira. Em entrevista ao G1, a mãe do rapaz, que preferiu não se identificar, informou que todos estavam dormindo quando a vítima levantou para ir ao banheiro e ouviu um barulho de carro derrapando na frente da residência. "Curioso, ele veio no portão para ver o que estava acontecendo. Quando saiu, o policial estava no portão da minha casa", explicou a mulher.

Nesse momento, segundo ela, o policial começou a acusá-lo de ter corrido. "Ele falou: 'Você que correu, não é vagabundo?'. Todo mundo acordou nessa hora, assustado. Aí o policial entrou e já deu um empurrão no meu filho, que caiu sentado”, conta. Os familiares começaram a contestar a atitude da autoridade e dizer que a casa era de família.

“Quando eu fui falar, ele já saiu estapeando o menino”, relata a mãe. As imagens mostram exatamente o momento em que o rapaz é agredido pelo PM, que estava bastante alterado e questiona se o jovem está 'pagando sapo'. Pelo vídeo, é possível ver a vítima tentando conversar com a autoridade. Em dado instante, o vídeo fica escuro, no entanto, ao fundo, ainda dá para ouvir pessoas gritando e o barulho de mais um tapa.

Outro policial entrou para pegar o meu filho que estava gravando. O PM viu que ele estava gravando. Quando some a imagem, é porque meu filho saiu para a rua. Aí, os policiais entraram na viatura e saíram 'a milhão'”, explica a mulher.

A mãe afirma, ainda, que os policiais quebraram o portão da casa dela aos chutes. Dois dias depois da agressão, ela resolveu registrar o caso pela Delegacia Eletrônica. “Ele não tem o direito de entrar na minha casa. Se uma coisa aconteceu lá na rua, ele não pode invadir a casa de ninguém. Meu filho é trabalhador, não tem nenhum vagabundo aqui”, alega indignada.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que a Polícia Militar abriu um Inquérito Policial Militar (IPM) para identificar o PM que aparece no vídeo e apurar sua conduta. O caso foi registrado na Delegacia Eletrônica como abuso de autoridade e encaminhado ao 2º Departamento Policial de Praia Grande, que também investiga os fatos. A pasta ainda reiterou que não compactua com qualquer desvio de conduta e defende a responsabilização do autor, comprovadas as denúncias.

Jovem com tumor raro morre a espera de exame em SP: 'Deixaram morrer' (em Praia Grande)

08/06/2020
fonte: G1 / Santos - https://g1.globo.com/sp/santos-regiao

A jovem de 22 anos com um raro tumor no quadril que lutava para conseguir tratamento em Praia Grande, no litoral de São Paulo, morreu a espera de um exame, segundo relatou a família ao G1 nesta segunda-feira (8). Lediana Araujo dos Santos aguardava uma biópsia para obter um diagnóstico concreto de seu estado de saúde.

"O que aconteceu com ela foi uma negligência do Hospital Irmã Dulce. Eles mandaram minha sobrinha para Santos a primeira vez, para o Beneficência Portuguesa, sem a documentação e exames necessários. Então, o médico mandou uma carta para o Irmã Dulce providenciar a biópsia e marcou um dia para ela retornar com esses exames. Chegando em Praia Grande, eles falaram que não faziam o procedimento. Mas, na segunda-feira (1), fui na ouvidoria e falei que chamaria a polícia se nada fosse feito. Eles resolveram marcar, mas já era tarde demais", diz a tia da jovem, Carmem Araujo, de 43 anos.

Carmem explicou que a sobrinha recebia um tratamento para osteoporose há cerca de um ano, e que só conseguiu descobrir o tumor no fim de abril. A família se revezava no hospital enquanto ela estava internada no Irmã Dulce. Segundo a tia, a jovem conseguiu a transferência para o atendimento especializado em Santos, mas o hospital [de Praia Grande] não a encaminhou com os exames necessários.

Lediana já não conseguia mais andar. Conforme explica a tia, ela aguardou cerca de 15 dias para realizar a biópsia, mas não resistiu a tempo de fazer o exame, devido a demora para realização do procedimento, vindo a óbito neste fim de semana. A jovem deixa um filho de dois anos.

"Eles [hospital] deixaram ela morrer, sem exame e sem tratamento. Tá muito dolorido para a gente da família. O que eles fizeram foi inaceitável. Vamos atrás de justiça", diz a tia.

Em nota, a Central de Regulação da Baixada Santista informa que auxiliou o Hospital Irmã Dulce com o agendamento de atendimento Oncológico na Beneficência Portuguesa, serviço de referência para câncer na região.

Hospitais

A direção do Hospital Municipal Irmã Dulce afirma que a paciente em questão foi assistida com todos os recursos disponíveis na unidade. Segundo a instituição, ela apresentava necessidade de atendimento em oncologia, especialidade para a qual o Irmã Dulce não é referência.

A hipótese diagnóstica foi possível após a realização de diversos exames, inclusive de imagem, suficientes para firmar tal hipótese, ratificando a necessidade da inserção da paciente na Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (CROSS), o que foi feito.

A paciente então foi encaminhada à avaliação no Hospital Santo Antônio (Beneficência Portuguesa de Santos) em 13 de maio, referência para o tipo de atendimento que necessitava.

"Novamente, como o Irmã Dulce não é referência para este tipo de atendimento, cabe então à rede de saúde referenciada a integralidade da assistência, conforme protocolos do Sistema Único de Saúde", diz o hospital.

"Porém, no mesmo dia, a unidade referência para oncologia encaminhou novamente a paciente ao Hospital Irmã Dulce, com uma série de pedidos de procedimentos oncológicos, que, reafirmamos, não são realizados no Irmã Dulce. Desde então o hospital buscou formas para ofertar o atendimento nesta especialidade à paciente. Infelizmente, nesse meio tempo, a paciente apresentou piora do seu quadro, não respondendo às intervenções realizadas e veio à óbito em 6 de maio", acrescentou a unidade.

A direção do Hospital diz se solidarizar com os familiares, lamentando o falecimento e reforça que foi prestado todo o atendimento disponível na unidade a esta paciente, além de ser dado o devido andamento ao seu caso, seguindo os protocolos do Sistema Único de Saúde, após constatada a necessidade de encaminhamento à unidade de referência.

Já a Beneficência Portuguesa de Santos esclarece que a jovem Lediana Araújo dos Santos não esteve internada na instituição. Ela foi encaminhada indevidamente sem diagnóstico firmado pelo hospital de origem, Irmã Dulce, para uma avaliação que não foi conclusiva pela falta dos exames necessários.

A família registrou um boletim de ocorrência na Delegacia Sede de Praia Grande. Foram requisitados exames ao Instituto Médico Legal (IML). A Polícia Civil investigará o caso.

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Fatos: 
  1. A saúde pública foi terceirizada e empresas querem ter o máximo de receita (repasses de dinheiro público) e o mínimo de despesa (atender procedimentos caros como de oncologia).
  2. Praia Grande é uma das maiores cidades da Baixada Santista e tem um dos maiores orçamentos  (devido ao IPTU extremamente elevado) mas não tem tratamento oncológico na sua saúde pública que seria para a sua população. O que se faz então? Terceiriza o seus custos para outras cidades como Santos que já tem uma população grande para ser atendida.

STF condena Paulinho da Força a 10 anos de prisão em regime fechado

05/06/2020
fonte: Correio Brasiliense - https://www.correiobraziliense.com.br/

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, na noite desta sexta-feira (05), o deputado Paulinho da Força (Solidariedade) a 10 anos e 2 meses de prisão em regime inicial fechado. O parlamentar é acusado de cometer os crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. 

De acordo com as investigações, o deputado atentou contra o Sistema Financeiro Nacional. Os crimes teriam ocorrido entre dezembro de 2007 e abril de 2008. O parlamentar teria atuado em nome da Prefeitura de Praia Grande e das Lojas Marisa na investida para obter financiamento junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). 

Junto a outros envolvidos, ele conseguiu liberar R$ 124 milhões ao governo de Praia Grande e R$ 165 para a rede de varejo. Em troca, ele teria recebido propina milionária. “Elementos de prova colhidos nos autos da investigação revelaram indícios de que o Deputado Federal Paulo Pereira da Silva participava das ações do grupo consistentes no desvio dos recursos do BNDES e se beneficiava da partilha da ‘comissão’ cobrada aos beneficiários dos financiamentos”, diz um dos trechos do processo que corre no Supremo. O julgamento ocorreu no Plenário Virtual da Corte.

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Falso médico é preso em hospital de SP atendendo pacientes com coronavírus (em Praia Grande)

01/06/2020
fonte: G1 / Santos ─ https://g1.globo.com/sp/santos-regiao

Um homem foi preso pela Polícia Federal por se passar por médico e atender pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus no Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Ele usava documentos de um médico oftalmologista que mora na Colômbia para atuar na região. As informações foram divulgadas pela polícia na manhã desta segunda-feira (1).

Segundo apurado pelo G1, o suspeito, que não teve o nome verdadeiro revelado pela Polícia Federal, foi preso, na noite deste domingo (31), durante seu turno no hospital. Ele trabalhava na unidade há pelo menos um ano e, recentemente, estava prestando atendimento às pessoas internadas na unidade com Covid-19.

De acordo com a Polícia Civil, investigações da Polícia Federal apontavam que havia uma pessoa trabalhando na unidade que se identificava com o nome do médico Henry Cantor Bernal. O homem que atuava em Praia Grande seria negro, e o médico que teve seus documentos usados, branco.

O suspeito foi preso e encaminhado à Delegacia Sede de Praia Grande, onde foi interrogado pela Polícia Civil. Ele se recusou a falar seu verdadeiro nome. Com ele, foram encontrados diversos documentos no nome do verdadeiro médico, além de uma carteira de motorista do Paraguai, onde ele alegou ter também cursado Medicina.

O suspeito foi indiciado e responderá pelos crimes de exercício ilegal da função de Medicina e falsidade ideológica. Em pesquisa, a polícia constatou que o verdadeiro médico registrou boletim de ocorrência notificando o desaparecimento de seus documentos.

Em nota, a Prefeitura de Praia Grande informou, por meio da Secretaria de Saúde Pública (Sesap), que está à disposição da equipe de investigação e que acompanha e apura todo o processo junto à gestora do Hospital Irmã Dulce, a SPDM, que é a responsável pela direção da unidade e contratação dos profissionais que lá atuam.

Já a direção do Hospital Municipal Irmã Dulce esclareceu que o homem em questão não era funcionário da unidade, e sim de uma empresa médica que presta serviços ao hospital. Tal empresa já foi acionada pelo Irmã Dulce, de acordo com a assessoria, em busca de esclarecimentos para a tomada das devidas providências.

A direção esclareceu, ainda, que foram apresentadas ao Irmã Dulce, tanto por parte da prestadora de serviços quanto de seu empregado, as devidas documentações exigidas para que o mesmo pudesse iniciar suas atividades na unidade, como registro no Conselho Regional de Medicina. Desta forma, a direção da unidade informou que registrará um boletim de ocorrência sobre o caso e segue à disposição para maiores esclarecimentos.

O G1 tentou contato com o médico verdadeiro, que teve seu nome usado e que atualmente está na Colômbia, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Jovem denuncia motociclista após ser assediada enquanto andava de bicicleta em SP: 'Tocou meu corpo' (em Praia Grande)

30/05/2020

fonte: G1 / Santos ─ https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/


Um vídeo registra o momento em que um motociclista persegue duas jovens que andavam de bicicleta em Praia Grande, no litoral de São Paulo. O homem passou a mão pelo corpo de uma das meninas e a chamou de 'gostosa', conforme relatado pela vítima ao G1 neste sábado (30). Apesar de assustada, a estudante de Enfermagem Adriele Santos Neto, de 19 anos, registrou boletim de ocorrência. A Polícia Civil ainda tenta identificar o autor.

O assédio aconteceu na terça-feira (26), na Rua Alcindo Guanabara, no bairro Esmeralda. A vítima ia ao mercado com a irmã, comprar os ingredientes para fazer um bolo para a mãe, que faz aniversário no dia 27 de maio. O vídeo mostra quando o motociclista se aproxima das jovens, diminui a velocidade do veículo e chega bem perto delas.

"Antes de chegar ao supermercado, um motoqueiro pegou no meu peito e disse 'tá gostosinha hein'. Ele falou isso rindo e eu fiquei paralisada, sem reação. Logo depois, ele fugiu. Vimos ele de frente ruas depois, mas assim que ele viu eu e a minha irmã, fugiu de novo. Não o vi mais. Foi uma situação horrível", relembra a estudante.

A jovem conta que, no dia seguinte, foi até a Delegacia de Defesa da Mulher de Praia Grande e registrou boletim de ocorrência. Ela, que há um ano já sofreu assédio por parte de um familiar, conta que não poderia ficar calada diante da situação.

"Eu me senti arrasada e fiquei com muita vontade de chorar. Ainda está difícil para mim, passar por essa situação traz um sentimento de vazio muito grande, porque você se sente totalmente impotente quando isso acontece. Me sinto estranha, como se estivesse totalmente vulnerável e desprotegida".

Após o ocorrido, a vítima procurou por câmeras de monitoramento e localizou imagens que mostram o motociclista atrás da bicicleta. "As câmeras de uma casa filmaram ele vindo atrás da gente segundos antes de nos abordar. Quando ele foi pegar no meu peito, como minha irmã estava no quadro da bicicleta, ele acabou esbarrando a mão no braço dela", conta.

"Eu quero dar voz a isso para que mais mulheres não precisem passar por essa situação e tenham coragem de denunciar. Esse tipo de homem enxerga a gente como objetos sem valor, e não podemos deixar. Eu quero que a justiça seja feita e que ele seja preso, para aprender que mulher não é objeto e muito menos um pedaço de carne. Quero que mulheres saibam que podemos e devemos denunciar. Sei que isso não vai mudar o mundo, mas vai ser o começo da mudança", destaca.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou ao G1 que o caso foi registrado como importunação sexual na Delegacia de Defesa da Mulher da Praia Grande. A equipe da unidade realiza diligências e busca por imagens que possam auxiliar na identificação da autoria.