Jovem com tumor raro morre a espera de exame em SP: 'Deixaram morrer' (em Praia Grande)
08/06/2020
fonte: G1 / Santos - https://g1.globo.com/sp/santos-regiao
A jovem de 22 anos com um raro tumor no quadril que lutava para conseguir tratamento em Praia Grande, no litoral de São Paulo, morreu a espera de um exame, segundo relatou a família ao G1 nesta segunda-feira (8). Lediana Araujo dos Santos aguardava uma biópsia para obter um diagnóstico concreto de seu estado de saúde.
"O que aconteceu com ela foi uma negligência do Hospital Irmã Dulce. Eles mandaram minha sobrinha para Santos a primeira vez, para o Beneficência Portuguesa, sem a documentação e exames necessários. Então, o médico mandou uma carta para o Irmã Dulce providenciar a biópsia e marcou um dia para ela retornar com esses exames. Chegando em Praia Grande, eles falaram que não faziam o procedimento. Mas, na segunda-feira (1), fui na ouvidoria e falei que chamaria a polícia se nada fosse feito. Eles resolveram marcar, mas já era tarde demais", diz a tia da jovem, Carmem Araujo, de 43 anos.
Carmem explicou que a sobrinha recebia um tratamento para osteoporose há cerca de um ano, e que só conseguiu descobrir o tumor no fim de abril. A família se revezava no hospital enquanto ela estava internada no Irmã Dulce. Segundo a tia, a jovem conseguiu a transferência para o atendimento especializado em Santos, mas o hospital [de Praia Grande] não a encaminhou com os exames necessários.
Lediana já não conseguia mais andar. Conforme explica a tia, ela aguardou cerca de 15 dias para realizar a biópsia, mas não resistiu a tempo de fazer o exame, devido a demora para realização do procedimento, vindo a óbito neste fim de semana. A jovem deixa um filho de dois anos.
"Eles [hospital] deixaram ela morrer, sem exame e sem tratamento. Tá muito dolorido para a gente da família. O que eles fizeram foi inaceitável. Vamos atrás de justiça", diz a tia.
Em nota, a Central de Regulação da Baixada Santista informa que auxiliou o Hospital Irmã Dulce com o agendamento de atendimento Oncológico na Beneficência Portuguesa, serviço de referência para câncer na região.
Hospitais
A direção do Hospital Municipal Irmã Dulce afirma que a paciente em questão foi assistida com todos os recursos disponíveis na unidade. Segundo a instituição, ela apresentava necessidade de atendimento em oncologia, especialidade para a qual o Irmã Dulce não é referência.
A hipótese diagnóstica foi possível após a realização de diversos exames, inclusive de imagem, suficientes para firmar tal hipótese, ratificando a necessidade da inserção da paciente na Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (CROSS), o que foi feito.
A paciente então foi encaminhada à avaliação no Hospital Santo Antônio (Beneficência Portuguesa de Santos) em 13 de maio, referência para o tipo de atendimento que necessitava.
"Novamente, como o Irmã Dulce não é referência para este tipo de atendimento, cabe então à rede de saúde referenciada a integralidade da assistência, conforme protocolos do Sistema Único de Saúde", diz o hospital.
"Porém, no mesmo dia, a unidade referência para oncologia encaminhou novamente a paciente ao Hospital Irmã Dulce, com uma série de pedidos de procedimentos oncológicos, que, reafirmamos, não são realizados no Irmã Dulce. Desde então o hospital buscou formas para ofertar o atendimento nesta especialidade à paciente. Infelizmente, nesse meio tempo, a paciente apresentou piora do seu quadro, não respondendo às intervenções realizadas e veio à óbito em 6 de maio", acrescentou a unidade.
A direção do Hospital diz se solidarizar com os familiares, lamentando o falecimento e reforça que foi prestado todo o atendimento disponível na unidade a esta paciente, além de ser dado o devido andamento ao seu caso, seguindo os protocolos do Sistema Único de Saúde, após constatada a necessidade de encaminhamento à unidade de referência.
Já a Beneficência Portuguesa de Santos esclarece que a jovem Lediana Araújo dos Santos não esteve internada na instituição. Ela foi encaminhada indevidamente sem diagnóstico firmado pelo hospital de origem, Irmã Dulce, para uma avaliação que não foi conclusiva pela falta dos exames necessários.
A família registrou um boletim de ocorrência na Delegacia Sede de Praia Grande. Foram requisitados exames ao Instituto Médico Legal (IML). A Polícia Civil investigará o caso.
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Fatos:
- A saúde pública foi terceirizada e empresas querem ter o máximo de receita (repasses de dinheiro público) e o mínimo de despesa (atender procedimentos caros como de oncologia).
- Praia Grande é uma das maiores cidades da Baixada Santista e tem um dos maiores orçamentos (devido ao IPTU extremamente elevado) mas não tem tratamento oncológico na sua saúde pública que seria para a sua população. O que se faz então? Terceiriza o seus custos para outras cidades como Santos que já tem uma população grande para ser atendida.
STF condena Paulinho da Força a 10 anos de prisão em regime fechado
05/06/2020
fonte: Correio Brasiliense - https://www.correiobraziliense.com.br/
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, na noite desta sexta-feira (05), o deputado Paulinho da Força (Solidariedade) a 10 anos e 2 meses de prisão em regime inicial fechado. O parlamentar é acusado de cometer os crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
De acordo com as investigações, o deputado atentou contra o Sistema Financeiro Nacional. Os crimes teriam ocorrido entre dezembro de 2007 e abril de 2008. O parlamentar teria atuado em nome da Prefeitura de Praia Grande e das Lojas Marisa na investida para obter financiamento junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).
Junto a outros envolvidos, ele conseguiu liberar R$ 124 milhões ao governo de Praia Grande e R$ 165 para a rede de varejo. Em troca, ele teria recebido propina milionária. “Elementos de prova colhidos nos autos da investigação revelaram indícios de que o Deputado Federal Paulo Pereira da Silva participava das ações do grupo consistentes no desvio dos recursos do BNDES e se beneficiava da partilha da ‘comissão’ cobrada aos beneficiários dos financiamentos”, diz um dos trechos do processo que corre no Supremo. O julgamento ocorreu no Plenário Virtual da Corte.
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Falso médico é preso em hospital de SP atendendo pacientes com coronavírus (em Praia Grande)
01/06/2020
fonte: G1 / Santos ─ https://g1.globo.com/sp/santos-regiao
Um homem foi preso pela Polícia Federal por se passar por médico e atender pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus no Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Ele usava documentos de um médico oftalmologista que mora na Colômbia para atuar na região. As informações foram divulgadas pela polícia na manhã desta segunda-feira (1).
Segundo apurado pelo G1, o suspeito, que não teve o nome verdadeiro revelado pela Polícia Federal, foi preso, na noite deste domingo (31), durante seu turno no hospital. Ele trabalhava na unidade há pelo menos um ano e, recentemente, estava prestando atendimento às pessoas internadas na unidade com Covid-19.
De acordo com a Polícia Civil, investigações da Polícia Federal apontavam que havia uma pessoa trabalhando na unidade que se identificava com o nome do médico Henry Cantor Bernal. O homem que atuava em Praia Grande seria negro, e o médico que teve seus documentos usados, branco.
O suspeito foi preso e encaminhado à Delegacia Sede de Praia Grande, onde foi interrogado pela Polícia Civil. Ele se recusou a falar seu verdadeiro nome. Com ele, foram encontrados diversos documentos no nome do verdadeiro médico, além de uma carteira de motorista do Paraguai, onde ele alegou ter também cursado Medicina.
O suspeito foi indiciado e responderá pelos crimes de exercício ilegal da função de Medicina e falsidade ideológica. Em pesquisa, a polícia constatou que o verdadeiro médico registrou boletim de ocorrência notificando o desaparecimento de seus documentos.
Em nota, a Prefeitura de Praia Grande informou, por meio da Secretaria de Saúde Pública (Sesap), que está à disposição da equipe de investigação e que acompanha e apura todo o processo junto à gestora do Hospital Irmã Dulce, a SPDM, que é a responsável pela direção da unidade e contratação dos profissionais que lá atuam.
Já a direção do Hospital Municipal Irmã Dulce esclareceu que o homem em questão não era funcionário da unidade, e sim de uma empresa médica que presta serviços ao hospital. Tal empresa já foi acionada pelo Irmã Dulce, de acordo com a assessoria, em busca de esclarecimentos para a tomada das devidas providências.
A direção esclareceu, ainda, que foram apresentadas ao Irmã Dulce, tanto por parte da prestadora de serviços quanto de seu empregado, as devidas documentações exigidas para que o mesmo pudesse iniciar suas atividades na unidade, como registro no Conselho Regional de Medicina. Desta forma, a direção da unidade informou que registrará um boletim de ocorrência sobre o caso e segue à disposição para maiores esclarecimentos.
O G1 tentou contato com o médico verdadeiro, que teve seu nome usado e que atualmente está na Colômbia, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Jovem denuncia motociclista após ser assediada enquanto andava de bicicleta em SP: 'Tocou meu corpo' (em Praia Grande)
30/05/2020
fonte: G1 / Santos ─ https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/
Um vídeo registra o momento em que um motociclista persegue duas jovens que andavam de bicicleta em Praia Grande, no litoral de São Paulo. O homem passou a mão pelo corpo de uma das meninas e a chamou de 'gostosa', conforme relatado pela vítima ao G1 neste sábado (30). Apesar de assustada, a estudante de Enfermagem Adriele Santos Neto, de 19 anos, registrou boletim de ocorrência. A Polícia Civil ainda tenta identificar o autor.
O assédio aconteceu na terça-feira (26), na Rua Alcindo Guanabara, no bairro Esmeralda. A vítima ia ao mercado com a irmã, comprar os ingredientes para fazer um bolo para a mãe, que faz aniversário no dia 27 de maio. O vídeo mostra quando o motociclista se aproxima das jovens, diminui a velocidade do veículo e chega bem perto delas.
"Antes de chegar ao supermercado, um motoqueiro pegou no meu peito e disse 'tá gostosinha hein'. Ele falou isso rindo e eu fiquei paralisada, sem reação. Logo depois, ele fugiu. Vimos ele de frente ruas depois, mas assim que ele viu eu e a minha irmã, fugiu de novo. Não o vi mais. Foi uma situação horrível", relembra a estudante.
A jovem conta que, no dia seguinte, foi até a Delegacia de Defesa da Mulher de Praia Grande e registrou boletim de ocorrência. Ela, que há um ano já sofreu assédio por parte de um familiar, conta que não poderia ficar calada diante da situação.
"Eu me senti arrasada e fiquei com muita vontade de chorar. Ainda está difícil para mim, passar por essa situação traz um sentimento de vazio muito grande, porque você se sente totalmente impotente quando isso acontece. Me sinto estranha, como se estivesse totalmente vulnerável e desprotegida".
Após o ocorrido, a vítima procurou por câmeras de monitoramento e localizou imagens que mostram o motociclista atrás da bicicleta. "As câmeras de uma casa filmaram ele vindo atrás da gente segundos antes de nos abordar. Quando ele foi pegar no meu peito, como minha irmã estava no quadro da bicicleta, ele acabou esbarrando a mão no braço dela", conta.
"Eu quero dar voz a isso para que mais mulheres não precisem passar por essa situação e tenham coragem de denunciar. Esse tipo de homem enxerga a gente como objetos sem valor, e não podemos deixar. Eu quero que a justiça seja feita e que ele seja preso, para aprender que mulher não é objeto e muito menos um pedaço de carne. Quero que mulheres saibam que podemos e devemos denunciar. Sei que isso não vai mudar o mundo, mas vai ser o começo da mudança", destaca.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou ao G1 que o caso foi registrado como importunação sexual na Delegacia de Defesa da Mulher da Praia Grande. A equipe da unidade realiza diligências e busca por imagens que possam auxiliar na identificação da autoria.
Idosa morre esperando tratamento de câncer: 'Chegou viva e saiu no caixão' em Praia Grande
27/05/2020
fonte: G1 / Santos - https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/
Uma idosa de 65 anos morreu após nove dias esperando por uma transferência para tratar um câncer no estômago na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Quietude, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Familiares de Maria Dalva de Souza Silveira alegam que a paciente morreu devido à negligência médica na unidade de saúde.
Em entrevista ao G1, Karina de Campos contou que a mãe descobriu o câncer no estômago em dezembro do ano passado e, desde então, tentava o tratamento no Hospital Heliópolis, em São Paulo. “Por causa da pandemia do coronavírus, as consulta foram canceladas e ela começou a piorar”, afirma. Com isso, a idosa, que morava na capital, veio morar em Praia Grande com a outra filha. “Ela pensou que seria melhor”, esclarece.
Desde fevereiro, a idosa buscava por uma consulta com um oncologista na cidade. No último dia 16, ela deu entrada na UPA Quietude, pois o quadro piorou e Maria apresentava fortes dores no estômago. Conforme explica Karina, a equipe médica a colocou em observação e a família conseguiu uma consulta com um oncologista na Santa Casa de Santos, para onde ela transferida. “O oncologista pediu uns exames e ela retornou para a UPA”, explica a filha, Fabia Janaina Campos Pereira.
“Quando ela voltou para Praia Grande, tentamos uma transferência para ela, mas no hospital falaram que não iam permitir porque ela estava bem debilitada. Até falei que assinaria um termo de responsabilidade para tirá-la dali”, afirma Fabia.
A família começou a ficar desesperada ao receber informações desencontradas na unidade de saúde, pois, segundo Karina, primeiro foi dito que o nome da mãe constava na Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (Cross) e, depois, já não constava mais. Para conseguir uma transferência, os familiares criaram uma corrente nas redes sociais, a fim de chamar a atenção das autoridades do município sobre o caso.
“Eu implorei por uma vaga. Eles apenas olhavam para nossa cara e falavam que era para esperar o último suspiro. Não fizeram nada para salvar minha mãe. Ela morreu a míngua dentro da UPA esperando uma vaga. Ela chegou bem viva e saiu de lá dentro de um caixão. Minha mãe morreu por negligência médica”, desabafa Karina.
Segundo a filha, durante a internação, ela teve uma infecção generaliza, o que agravou seu quadro. Maria Dalva não resistiu e morreu na manhã da última segunda-feira (25).
Município
Por meio de nota, a Prefeitura de Praia Grande informou que a paciente deu entrada no PS Quietude já apresentando sintomas severos e que foi encaminhada para consulta de avaliação no setor de oncologia da Santa Casa de Santos, porém, por conta do estado já avançado da doença, a recomendação foi que a mesma continuasse recebendo os cuidados paliativos. Segundo a Prefeitura, não houve negligência em momento algum do atendimento e a mesma teve toda a dedicação necessária e recebeu todos os cuidados de acordo com o estágio em que a paciente se encontrava.
Estado
Por contato telefônico, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo esclareceu que não há informações de que a Santa Casa de Saúde de Santos tenha inserido a paciente na Cross para conseguir a transferência.
Santa Casa de Santos
Em nota, a Santa Casa informou ao G1 que iria verificar o caso junto à Central de Regulação da unidade.
Baixada Santista já é 2ª região com mais casos de coronavírus no Estado de SP
25/05/2020
fonte: UOL - https://noticias.uol.com.br
No Estado de São Paulo, a Baixada Santista já concentra o maior número de casos e mortes pela covid-19 fora da região metropolitana, epicentro da doença. Se, em um primeiro momento a disseminação foi provocada pelo alto fluxo de visitantes, agora a transmissão acontece devido à própria conectividade entre as cidades da região, segundo o professor Raul Borges Guimarães, especialista em geografia da saúde da Universidade Estadual Paulista (Unesp). "As cidades dessa faixa do litoral são muito conectadas entre si", explicou.
Com metade da população, os nove municípios da Baixada Santista tinham, hoje, praticamente o dobro de casos e mortes de coronavírus do que as cinco maiores cidades do interior de São Paulo. Com 1,8 milhão de habitantes, essa região do litoral paulista atingiu 6.088 casos positivos e 328 mortes. No interior, Campinas, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Sorocaba e São José do Rio Preto, com população de 3,7 milhões, somavam 3.752 casos e 159 óbitos.
Os prefeitos da Baixada alegam que a incidência maior da covid-19 no litoral se deve ao fluxo intenso de visitantes, principalmente da capital, onde a doença está mais instalada. Santos, a cidade litorânea mais atingida, com 433 mil habitantes, tinha 2.700 casos e 107 mortes, enquanto Campinas, de 1,2 milhão de habitantes e com maior número de casos no interior, registrou 1.335 casos e 53 mortes. Comparada a São José dos Campos, que fica praticamente à mesma distância da capital, a cidade da Baixada tem pelo menos o triplo de casos e mortes. Em São José, de 722 mil habitantes, eram 665 casos e 31 mortes.
Conforme o Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb), cerca de 5 milhões de visitantes procuram as praias da região todos os anos, principalmente no verão. Somente Praia Grande, a segunda cidade mais infectada, com 1.425 casos e 53 mortes, recebeu 2,4 milhões de turistas em 2019. Praia Grande aparece em 11º lugar entre as cidades brasileiras que mais recebem turistas, atrás apenas de capitais de estados. Outros 2,4 milhões visitaram Santos e Guarujá. A maioria dos visitantes procede da capital e costuma descer a serra apenas para lazer.
Na tentativa de reduzir a disseminação, as prefeituras da região fecharam as praias e instalaram barreiras sanitárias nos acessos. As medidas foram reforçadas durante o feriadão na capital, emendado com o feriado estadual desta segunda-feira. Itanhaém e Peruíbe conseguiram medida judicial para bloqueios em rodovias, mas a liminar foi cassada pelo Tribunal de Justiça. Mesmo assim, segundo o presidente da Condesb e prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), as cidades receberam visitantes e o isolamento social caiu. Com 53%, Santos ficou abaixo da média do Estado, neste domingo, de 55%.
Os visitantes também causam impacto na rede hospitalar, segundo o prefeito de Santos. No último dia 12, o conselho pediu ao governo do estado para desobrigar a rede pública da Baixada Santista de atender pacientes com coronavírus que fossem de fora da região. "Nosso pedido é que o Estado possa transferir para outras regiões que estejam com taxa de ocupação de leitos baixa. Os atendimentos devem ser feitos preferencialmente em hospitais da região de origem dessas pessoas", disse.
Como resposta, o governo prometeu ampliar os leitos no Hospital Regional de Itanhaém. Na sexta-feira (22), o órgão reiterou pedido feito há um mês de 137 respiradores para os hospitais da região para reduzir a ocupação de leitos de UTI. Só em Santos, a taxa de ocupação atingiu 83% no domingo. Na rede privada, a ocupação era ainda maior, de 90%. Do total de 421 pacientes internados na cidade, 228 (54%) eram de outros municípios. Para o infectologista Marcos Caseiro, do comitê da covid-19 na região, a Baixada Santista está com o número de casos em ascensão e corre risco da falta de leitos hospitalares. "Não estamos falando de pacientes que ficam dois, três dias na UTI. Falamos de enfermos que ficam, em média, 22 dias", disse.
Para o professor Raul Guimarães, especialista em geografia da saúde da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Santos e Campinas fazem parte do que se denomina macrometrópole paulista, com áreas urbanas muito conectadas. "A proximidade com São Paulo é maior e a conectividade é mais forte do que com São José dos Campos e Sorocaba. Infelizmente, o crescimento dos casos na Baixada Santista seria inevitável. Mas, agora a transmissão ocorre na própria população da Baixada Santista que, aliás, proporcionalmente tem mais idosos do que a cidade de São Paulo, o que aumenta o risco de casos graves."
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