19/03/2022
fonte: Yahoo Notícias
Uma jovem de 21 anos descobriu que estava com um caco de vidro de cinco centímetros alojado nas costas durante quase um mês. Maria Luísa Rangel, de 21 anos, despencou do telhado da casa de uma amiga e caiu em cima de uma mesa em Praia Grande (litoral de São Paulo), em 26 de fevereiro.
Ela foi atendida em uma UPA, mas a mãe acusa a unidade de negligência. O médico, segundo ela, não solicitou que a jovem fizesse exame de raio-x. Também não foi feita nenhuma receita com remédios.
"Ela tomou 28 pontos, mas ainda sim estava sentindo muito desconforto. Fui na UPA e solicitei o prontuário, para fazer uma denúncia, mas foi negado. Disse que chamaria a polícia e só assim me passaram o nome do médico", afirmou a supervisora administrativa Jamile Rangel da Silva, de 40 anos, ao portal G1.
Cinco dias depois, uma secreção vazou pelos pontos da intervenção médica, e ela foi a um hospital. No local, a mãe foi informada que aquilo era normal e a profissional de saúde que atendeu Maria também não identificou que ela estava com um vidro alojado nas costas.
Em 9 de março, segundo o G1, a jovem retirou os pontos e retornou à rotina de trabalho. Mas, na última segunda-feira (14), Jamile precisou ir até São Paulo para uma reunião de trabalho e levou a filha, que ainda sentia dor constante, até um pronto atendimento.
A médica cirurgiã encontrou um pedaço de vidro alojado nas costas da menina e solicitou a internação para retirada do objeto. O procedimento foi realizado na madrugada de terça-feira, após a jovem ser transferida a outro hospital.
"O atendimento em São Paulo foi completamente diferente, fomos muito bem atendidas. Só não foi possível suturar o ferimento pelo risco de infecção. Minha filha ficou traumatizada e eu vou tomar os procedimentos cabíveis com relação ao médico que a atendeu primeiro na UPA de Praia Grande e não notou esse vidro, além de não ter solicitado ao menos um exame, e ela ter ficado com um vidro de 5 centímetros no corpo", disse a mãe.
Em nota ao G1, a Prefeitura de Praia Grande informou que a UPA Samambaia é gerenciada pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM). A administração municipal também informou que a Secretaria de Saúde (Sesap) está abrindo um processo administrativo para apurar o caso e tomar todas as providências cabíveis.
Questionada, a SPDM informou que, com relação ao atendimento na UPA Samambaia, a paciente foi examinada, recebeu os cuidados médicos e em seguida teve alta. Já com relação ao atendimento no Hospital Irmã Dulce, a Associação afirma que a paciente deu entrada na unidade, foi examinada e recebeu tratamento de acordo com as necessidades clínicas.
A direção do hospital informa que está à disposição da família para eventuais dúvidas em relação a conduta médica.