Violência doméstica volta a fazer vítimas nas maiores cidades do país (entre elas, Praia Grande)

05/01/2019 21h27 
fonte: JORNAL NACIONAL / Rede Globo

De sexta-feira (4) para sábado (5), três novos casos de feminicídio chocaram os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. No Rio, pelo menos quatro mulheres foram assassinadas pelos companheiros ou ex-companheiros só esse ano.

Os casos não geram apenas tristeza, mas também muita revolta e inconformismo. O corpo de Tamires Blanco da Silva foi encontrado na manhã deste sábado (5) com ferimentos na cabeça, em casa, em um morro na Piedade, na Zona Norte do Rio. Ela foi morta na frente da filha, de 11 meses. O marido, Flodilson da Silva Araújo, está sendo procurado pela polícia.

“As brigas deles eram constantes. Se viram, acharam que era uma coisa normal e ninguém falou nada. Ninguém fez nada. Quando a gente chegou lá, ela já estava morta”, conta Vanessa dos Santos, prima de Tamires.

Tamires já tinha registrado um boletim de ocorrência contra o marido por lesão corporal cem junho de 2018 e conseguiu uma medida protetiva, para que ele ficasse longe. Mas o casal voltou a morar junto.

“Eu espero justiça, é só o que eu quero. Porque ele tem que pagar pelo o que ele fez”, diz Vanessa.

O estado do Rio registrou três feminicídios em apenas 12 horas. Já são quatro nesse início de 2019.

Marcelle Rodrigues e Iolanda Souza foram mortas a facadas pelos ex-maridos, Márcio Lima Correa e Rodrigo Souza. Simone Oliveira de Assis Carvalho levou marretadas do companheiro, José Carlos da Silva Carvalho. Os três homens estão presos.

O corpo de Simone foi enterrado na tarde deste sábado. Ela tinha dois filhos. “Não tinha como falar que ele ia fazer isso porque ele estava com a minha irmã já há 15 anos. A gente até agora não conseguiu captar, a ficha cair, captar o motivo dessa situação”, diz o irmão de Simone.

Brigas, ciúmes, parceiros que que não aceitam o fim do relacionamento. Os investigadores dizem que quase sempre há um histórico de violência doméstica por trás dos feminicídios.

Em Praia Grande, no litoral de São Paulo, Maria Dalvina Dantas tinha registrado uma queixa na delegacia contra o marido em outubro, por lesão corporal. José Dantas da Silva confessou que matou a mulher com um tiro e está preso. O filho do casal, de oito anos, estava dormindo na hora do crime.

Em Campinas, também em São Paulo, a vítima tinha apenas 13 anos. Ela levou um tiro na barriga. O autor: o namorado, outro adolescente, de 17 anos. O casal morava junto havia seis meses. Os investigadores disseram que ele confessou ter atirado durante uma discussão.