Atualizado em 24/11/2016 - 21:54
A Tribuna/Santos
Procurado da Justiça por estar condenado a seis anos, dois meses e 20 dias de reclusão por roubo, o motoboy Willian Douglas Neres Gitai, de 25 anos, é suspeito de tentar matar a tiros um policial militar, na madrugada do último domingo (20), em Praia Grande.
Com 33 anos de idade, o policial levou um tiro no ouvido. Foi encaminhado inicialmente ao Hospital Irmã Dulce, no Boqueirão, em Praia Grande. Depois, transferido para Santos, onde permanecia internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) até esta quinta-feira (24).
O crime aconteceu logo após a vítima sair sozinha e a pé de uma festa de família na Rua Olga Coli, no Sítio do Campo. O policial caminhava pelo meio da via, quando uma moto passou por ele. Logo em seguida, sem que houvesse qualquer desentendimento, o piloto começou a atirar.
Imagens de câmera de segurança obtidas pela equipe do delegado Carlos Augusto Miura e do investigador Luiz Cláudio Ávila mostram a vítima correr para escapar dos tiros, ser atingida, cair e começar a revidar os disparos com a sua pistola calibre .40.
Em dado momento, o policial se levanta e foge correndo pelo meio da rua. Porém, não demora muito para o autor do atentado perseguir a vítima por alguns metros, parar e atirar novamente em sua direção, antes de retornar à moto e fugir em definitivo.
Mulher com ciúme
Durante a festa, uma mulher interpelou um amigo do policial, porque ele teria “olhado” para a namorada dela, segundo informou o investigador Ávila. Identificada, a suposta pivô do atentado declarou na Delegacia de Praia Grande que o policial, sem se identificar, interveio e sacou a pistola, solicitando a sua saída do local.
Ignorando que a vítima fosse policial militar, a pivô disse que se queixou do ocorrido ao motoboy, que trabalharia em uma pizzaria nas imediações. A namorada também foi ouvida e confirmou essa versão, identificando o suspeito apenas pelo prenome de Willian. “Em suma, o casal alega que o motoboy comprou as suas dores”, afirmou Ávila.
Até ontem, o suspeito não havia sido localizado na pizzaria nem em seu endereço. Pesquisa de antecedentes, revelou que ele está condenado por roubar um casal com mais dois comparsas. Este crime aconteceu em 18 de novembro de 2013, no Casqueiro, e o processo tramitou pela 4ª Vara Criminal de Cubatão.
O trio foi condenado e apelou ao Tribunal de Justiça de São Paulo. Em fevereiro deste ano, por unanimidade, a 7ª Câmara de Direito Criminal negou provimento ao recurso, mantendo a condenação. Desde então, Willian tem contra si ordem de prisão para que cumpra pena de mais de seis anos.
Segundo o delegado Miura, a prisão de Willian será fundamental para esclarecer se a mulher que comentou com ele o episódio ocorrido na festa com o policial e o amigo dele foi pivô da tentativa de homicídio ou pode ser considerada partícipe do crime.