Carteiros da Baixada na mira do revólver

04 DEZ 2017
Diário do Litoral

Um exemplo prático que põe por terra os argumentos do governador Geraldo Alckmin (PSDB), baseado em relatórios da Secretaria de Segurança Pública, que a criminalidade na Baixada Santista está caindo: a maioria dos bairros de pelo menos quatro dos nove municípios da região não está mais recebendo correspondência porque os carteiros estão sendo assaltados. Muitos já foram vítimas de agressões e até sequestros, como ocorreu recentemente em Guarujá. Trabalhadores estão sendo afastados das ruas e outros solicitando aposentadoria. Famílias estão desesperadas. Os profissionais saem para trabalhar sem saber se voltam para casa.          

A situação é alarmante em Santos, São Vicente, Praia Grande e Guarujá. Em Bertioga, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe e Cubatão só ocorrem assaltos esporádicos. Ou seja, ainda está dando para os carteiros efetuarem a entrega de porta em porta normalmente, informa o secretário Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Comunicações Postais da Região do Litoral Centro Sul do Estado de São Paulo (Sintectsantos), Márcio Anselmo Farina, que também é membro da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios, Telégrafos e Similares.  

“Muitos já levaram murros, tapas na cara e coronhadas de bandidos em quase todos os bairros das cidades da região em busca de objetos comprados online. O risco de morte já se tornou rotina para a categoria. Muitos companheiros estão solicitando afastamento por conta de problemas psicológicos. Um companheiro que trabalha com motocicleta chega na agência aparentemente bem e, quando se vê diante do veículo de trabalho, começa a tremer. Tem muita gente nesse estado”, revela o sindicalista, lembrando de Síndrome de Pânico, palpitações e outros problemas emocionais.    

O representante da categoria informa que tem trabalhador que já foi assaltado mais de 10 vezes e dois já foram sequestrados e ficaram por horas nas mãos dos bandidos. Eles ficaram rodando sendo ameaçados constantemente pelos marginais, sendo liberados de forma violenta. “Como fica a cabeça de um profissional? Como fazer com que ele volte para a rua?”, indaga.     

Igual a PM

O sindicalista lembra que a situação dos carteiros é semelhante a do policial militar que mora próximo de bairros dominados por bandidos. “Tem que sair de casa com o uniforme em uma sacola para que não saibam que é carteiro. Na volta, ocorre o mesmo. Os bandidos assediam para que o profissional revele o que existe de valor nas agências, ameaçando a vida do carteiro e de sua família. A situação é insustentável”, lamenta ­Farina.

Márcio Farina finaliza alertando que a alternativa é trabalhar apenas com o uniforme, sem relógio, dinheiro, cartões e celular. “Quando o bandido percebe que não há encomenda de valor, pega os pertences do carteiro. Muitos ainda falam o seguinte: se na próxima vez não aparecer com nada bom, não volta para casa”.      

Passeata

No meio deste ano, cerca de 100 carteiros que trabalham em Guarujá e no Distrito de Vicente de Carvalho pararam em frente à Agência dos Correios localizada à Avenida Santos Dumont, 935, por segurança e melhores condições de trabalho naquela município. Os carteiros fizeram um varal com os boletins de ocorrência registrados e, depois, seguiram, com carro de som, em passeata da porta da agência até a Praça 14 Bis, retornando à porta da unidade. Na sequência, seguiram até a frente da Prefeitura de Guarujá, para tentar sensibilizar as autoridades do Município. De lá para cá, nada mudou.

Dupla invade comércio, rouba R$ 3,5 mil e um veículo em Praia Grande

Atualizado em 03/12/2017 - 21:45 
A Tribuna / Santos

Uma dupla armada invadiu um comércio do bairro Quietude, localizado na Rua Santo Anastácio, em Praia Grande, por volta das 17h50 de sábado, e exigiu a entrega da chave de uma Ford Ranger prata, com placas FSG 5977, de Santos, que pertence ao proprietário da loja. 

Assustada, a funcionária obedeceu imediatamente os ladrões que, antes da fuga, ainda roubaram um envelope com R$ 3.750,00 em espécie que estava sobre o balcão do estabelecimento.

Em depoimento ao delegado Rafael Costa, a funcionária alegou que não tinha condições de fazer o reconhecimento dos marginais por ter sido obrigada a permanecer o tempo todo de cabeça baixa. 

Até a publicação desta nota,  o carro não havia sido recuperado, tampouco os bandidos presos. 

Cooperativa de coleta e reciclagem é furtada em Praia Grande

Atualizado em 28/11/2017 - 18:30 
A Tribuna / Santos

Foram furtados da Cooperativa de Coletores e Recicladores de Materiais Inorgânicos Nova Vida (Coopervida), um computador, uma balança, dois sacos de latinha, além de cobre e uma caixa de panelas de alumínio, que estava pronta para ser vendida. 

Segundo uma funcionária, que preferiu não se identificar, os assaltos são recorrentes e a falta de segurança é grande no local. Ela conta também que câmeras foram colocadas no espaço, mas que as mesmas não chegaram a flagrar o rosto dos criminosos envolvidos na ação.

De acordo com a Prefeitura, parte do muro do local foi danificado para facilitar a entrada dos criminosos. O conserto do muro foi realizado na manhã de segunda-feira (27). Um boletim de ocorrência foi registrado na segunda-feira (27), no 1º DP de Praia Grande.

Resposta

A Secretaria de Serviços Urbanos (Sesurb) explica que toda a área do Transbordo Municipal está passando por reformas que contam com a construção de uma nova guarita e muros laterais, além de instalação de novos portões. O trecho onde está localizada a Coopervida fica em área anexa, atualmente isolada do trecho onde é realizado o abastecimento dos caminhões que transportam o lixo da área de Transbordo para os Aterros Sanitários.

E de acordo com a Secretaria de Assuntos de Segurança Pública (Seasp), o local conta com rondas da Guarda Civil Municipal (GCM) e com câmeras fixas e móveis instaladas no entorno. Além disso, é importante lembrar que denúncias sobre qualquer movimentação atípica em prédios públicos ou privados devem ser comunicados à GCM pelos telefones 199 ou 153 ou à Polícia Militar pelo 190.

Ladrões assaltam dois ônibus em 3 horas

Atualizado em 26/11/2017 - 12:02 
A Tribuna / Santos

Dois ônibus da Viação Piracicabana foram assaltados na noite de sexta-feira (24), em Santos e Praia Grande. Em um intervalo de menos de três horas entre as duas ocorrências, os bandidos agiram da mesma forma. Fizeram sinal para o motorista parar, como se fossem passageiros, e levaram o dinheiro dos caixas. O prejuízo total chegou a R$ 109,90.

Um dos roubos aconteceu na Avenida Doutor Waldemar Leão, no Jabaquara, em Santos. Segundo o motorista, assim que ele saiu do Túnel Rubens Ferreira Martins, no sentido praia, por volta das 19h30, parou no primeiro ponto para os passageiros subirem.

Nesse momento, ingressou no veículo também um homem que foi até o condutor e apontou em direção à própria cintura, querendo dizer que estava armado. O ladrão pegou os R$ 66,00 que estavam no caixa e fugiu a pé.

Já em Praia Grande, o assalto foi na Avenida Ministro Marcos Freire, no bairro Sítio do Campo. Por volta das 22 horas, um homem armado com revólver subiu no coletivo quando o motorista parou no ponto para pegar passageiros.

Segundo o condutor, um outro homem ficou na calçada à espera do comparsa. A dupla levou R$ 43,90 que estavam no caixa e também fugiu a pé.

Alta da violência faz disparar a procura por equipamentos eletrônicos de segurança

Atualizado em 26/11/2017 - 12:14
A Tribuna / Santos

A escalada da violência faz disparar a procura por equipamentos eletrônicos de segurança na Baixada Santista. Lojas do segmento têm registrado aumento de 15% a 20% nas vendas de sistemas para reduzir a sensação de insegurança nos condomínios, lares e comércios. O mercado aposta em novidades tecnológicas para continuar se descolando da crise. 

De modo informal, os investimentos particulares aumentam o cerco eletrônico adotado por prefeituras, com câmeras de alta resolução, e ajudam a elucidar crimes. “Nossos estudos indicam que a sensação de insegurança é o principal fator para a adoção de equipamentos de proteção patrimonial”, diz Marcel Souza, dono da Maretech, empresa local especializada em segurança privada. 

Um exemplo de ação popular são os moradores das vilas Valença e Fátima, em São Vicente, que custearam a instalação de aparelhos numa tentativa de frear a ousadia de criminosos. Jardim Casqueiro, em Cubatão, e Vila Antártica, em Praia Grande, promoveram iniciativas semelhantes.

Porém, só a instalação de aparelhos não evita crimes. Por ter sido alvo frequente de roubos, a funcionária pública Sandra da Silva desistiu de manter aberta sua antiga loja de roupas, na Vila Antártica, em Praia Grande. Nem mesmo as câmeras de segurança foram capazes de inibir a prática, mas ajudaram na elaboração de provas processuais.

Insegurança cresce

A insegurança não se limita à impressão. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que dois em cada cinco brasileiros tiveram algum caso de furto, assalto ou agressão na família ou com alguém muito próximo.

Ainda: 75% dos entrevistados afirmaram ter despesas com segurança, como contratação de seguro ou compra de aparato tecnológico. A coleta de dados ocorreu entre abril de 2016 e março passado. “A procura por câmeras tem aumentado a cada dia. É uma solução mais barata e que se mostra eficaz”, diz a gerente da WA Equipamentos Eletrônicos, Katia Fernandes Lima da Silva.

Segundo ela, equipamentos mais modernos permitem ver imagens por celular. E há modelos para quase todos os bolsos. Aparelhos importados são vendidos a partir de R$ 79,90. “Um conjunto simples, com quatro câmeras, pode sair por R$ 1,5 mil, já instalado”.

Franca expansão

O setor de segurança privada tem registrado bons resultados na última década. Neste ano, soluções digitais já movimentaram R$ 4,33 bilhões, diz a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Em relação a 2010, subiu 34%. Para o ano que vem, a Associação das Indústrias de Segurança (SIA Brasil) projeta aumento de até 10%. 

Marcel Souza diz que a procura cresce também na automatização de acessos a condomínios e empresas. “As câmeras ainda são o carro-chefe. Mas cercas elétricas e infravermelho têm boas saídas”.

Segundo Souza, prédios têm optado por segurança monitorada pelos próprios condôminos, que pode reduzir em até 30% o custeio com a folha de pagamento. Também se buscam soluções por detecção de incêndio, iluminação de emergência e alarmes sonoros.

O gerente administrativo da Patrol, Eduardo Akras, diz ser grande a procura de mão de obra especializada para segurança em portarias residenciais e comerciais. “Além de colaboradores treinados e capacitados, há a redução de encargos sociais com terceirização”.

Indústria gasta R$ 27 bi em proteção

A indústria também está em alerta. Ao menos uma em cada três fábricas brasileiras foi alvo de roubo, furto ou vandalismo no ano passado. Pesquisa da CNI aponta que esses crimes geraram, em 2016, gastos com segurança privada de R$ 27,1 bilhões.

Segundo o gerente-executivo de pesquisas da entidade, Renato da Fonseca, a insegurança prejudica a produtividade dos trabalhadores e arrisca investimentos, pois parte dos recursos para modernização do maquinário é voltada para a segurança.

Conforme a publicação, 53% das empresas vítimas da violência calculam que os crimes afetam 0,5% do faturamento. Apenas no ano passado, os delitos causaram prejuízo de R$ 5,8 bilhões, segundo projeções feitas com 2.952 indústrias. Mais: 55% das empresas afirmaram ter adotado ou ampliado serviços de segurança privada.

A percepção empresarial é de que os crimes aumentaram nos últimos três anos. “Cerca de 98% da segurança particular no País são voltados para atividades industriais, comércio e serviços”, diz o presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado (Sesvesp), João Eliezer Palhuca. No ano passado, as cerca de 3 mil empresas do setor faturaram um pouco mais de R$ 34 bilhões.

Dados oficiais

Em nota, a Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP) afirma ter aplicado R$ 18 milhões neste ano no custeio das unidades da Polícia Civil da região. 

“O trabalho contínuo das polícias permitiu a redução em 41,2% no número de homicídios na Baixada Santista ao longo dos últimos dez anos”, diz. Há 8,36 assassinatos por 100 mil habitantes.

Bandidos roubam nove caixas de sorvete no Jardim Anhanguera

 Atualizado em 25/11/2017 - 19:26
A Tribuna / Santos
            
Nem mesmo a falta de dinheiro em um caminhão de sorvete da Kibon impediu que oito bandidos saíssem de mãos vazias de uma tentativa de assalto no Jardim Anhanguera, em Praia Grande. Com a ausência de notas e moedas no veículo, eles roubaram nove caixas de sorvete e fugiram a pé.

Tudo aconteceu quando, na tarde de quinta-feira (23), o motorista e o ajudante haviam acabado de fazer uma entrega no mercado Três Irmãos. Na hora em que iriam deixar o local, os dois foram abordados por três bandidos fingindo estarem armados.

Segundo informações do boletim de ocorrência, os funcionários da empresa resistiram ao assalto, mas outros cinco homens cercaram o veículo, que pertence à Alpi Distribuidora de Produtos Alimentícios e estava parado na Rua Ana de Carvalho Cruz Mourão, no Anhanguera. 

Com os entregadores dominados, um dos criminosos tentou achar dinheiro na cabine do caminhão. Como não encontrou, os ladrões pegaram nove caixas de sorvete Kibon e fugiram a pé. Na Delegacia de Praia Grande, após o registro da ocorrência, os funcionários não conseguiram reconhecer os bandidos por meio de fotos.