Condenado por latrocínio em PG é preso com fuzil de guerra em São Paulo

Atualizado em 15/06/2017 - 19:58
A Tribuna / Santos


Condenado a 30 anos de reclusão por latrocínio (roubo seguido de morte) ocorrido em Praia Grande e acusado de integrar o alto escalão do Primeiro Comando da Capital (PCC), Fábio Marques de Macedo, o FB, de 36 anos, foi capturado com um fuzil de guerra e drogas em São Paulo. Ele conseguiu se soltar das algemas e fugiu correndo, sendo baleado nas nádegas.

Investigadores do 77º DP de São Paulo (Santa Cecília) receberam informação de que um procurado da Justiça, ligado ao PCC, estaria se refugiando em um edifício na Água Rasa, na Zona Leste, e para lá se dirigiram. FB foi abordado ao chegar ao prédio dirigindo um Peugeot 208 branco e não reagiu ao ser abordado. Inicialmente, os policiais foram com ele até o endereço de onde havia saído.

Neste lugar não havia nada de ilícito, mas um homem foi detido para averiguação. Em seguida, os investigadores se dirigiram com a dupla ao apartamento ocupado por FB, na Rua Mogi Mirim, 138. Nele foram apreendidos um fuzil russo AK-47, cinco carregadores, 68 munições intactas e pequena quantidade de maconha e cocaína.

Os homens foram algemados e colocados na viatura. Porém, antes de o veículo ser ligado, eles conseguiram se soltar e correram para direções opostas. FB escalou um muro e um dos policiais o atingiu nas nádegas com um disparo de pistola. O investigador disse que o tiro foi de “advertência”. Mesmo ferido, o condenado continuou a fuga e se escondeu no porão de uma casa, onde foi preso. O outro acusado escapou.

Para ocultar a sua condição de procurado da Justiça, FB portava documento de identidade e Carteira Nacional de Habilitação (CNH) com a sua foto, mas em nome de outra pessoa. Ele não chegou a exibir as documentações falsas e informou como sendo o seu endereço um edifício de classe média alta do Embaré, em Santos.

Devido ao ferimento a bala, FB ainda não pôde ser interrogado. Os investigadores providenciaram o seu encaminhamento ao Pronto-Socorro Tatuapé e ele precisou ser submetido a cirurgia. O delegado Francisco José de Castilho autuou o criminoso em flagrante pelos crimes de posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e tráfico. FB está internado sob escolta policial e será recolhido à prisão após receber alta.

Latrocínio

O crime pelo qual FB foi condenado a 30 anos de reclusão aconteceu em 19 de maio de 2014. Armados com pistolas e fuzis, ele e comparsas tentaram roubar o dono de uma distribuidora de gás, em Praia Grande. A investida da quadrilha aconteceu no viaduto 6 da Via Expressa Sul, no Bairro Ocian, quando a vítima seguia de carro a um banco para depositar a féria de sua empresa.

O carro do empresário foi interceptado por veículos dos assaltantes. Policiais militares de folga e à paisana faziam a segurança da vítima e reagiram. Houve tiroteio e, na sobra de disparos, Vinicius Rodrigues de Paiva, de 30 anos, foi atingido e morreu na hora. Alheio ao confronto, ele passava pelo local pilotando uma motocicleta.

Os criminosos fugiram sem nada roubar e a maioria deles foi identificada e detida durante as investigações. Processados perante a 2ª Vara Criminal de Praia Grande, Maurício Fernando Iglesias Licory Zacca, Fabiano Mateo Lázaro e Luciano Marques da Silva estão presos e foram condenados à mesma pena imposta a FB, único foragido, até então. A sentença é do último dia 30 de maio.

FB é apontado como “torre” (liderança) do PCC
. A sua projeção na facção começou quando ele tinha a incumbência de representá-la no Bairro Caieiras, em Praia Grande. Fontes das polícias Civil e Militar revelaram que o marginal estaria envolvido na morte de policiais na Baixada Santista e na Capital, sendo quem daria o aval, em nome da organização criminosa, para a execução desses assassinatos.