Segurança mata homem a pauladas em Praia Grande

Atualizado em 21/09/2017 - 22:24
A Tribuna / Santos

Lutador de artes marciais golpeou a vítima com um pedaço de pau (Foto: Divulgação) 
O lutador de artes marciais Rafael Batista Barbosa Leite, de 27 anos, foi detido por policiais do 1º DP de Praia Grande e confessou ter assassinado com golpes de madeira o serralheiro Luís Carlos dos Santos, de 43. O crime teve como pivôs e testemunhas três travestis.

O homicídio aconteceu na madrugada da última sexta-feira (15), na Rua Dr. Ciro Carneiro, no Bairro Guilhermina. Durante esse período, o lugar funciona como ponto de prostituição de travestis, que desapareceram do local após o crime.

A vítima não portava documentos e o seu corpo foi encontrado por policiais militares por volta das 5 horas, ao lado do muro de um terreno, perto da esquina com a Avenida Presidente Kennedy.

Inicialmente, foi cogitado que o então desconhecido levou um tiro na cabeça, além de sofrer fratura na mandíbula. Porém, o acusado nega que tenha utilizado arma de fogo para matar o serralheiro. Segundo ele e os travestis, Luís Carlos foi morto a pauladas.

Sob o comando do delegado Juvenal Marques Ferreira Filho e do investigador Olívio Bento, os policiais Celso Santana, Vanda Possa e Silvia Pamplona obtiveram as imagens da câmera de segurança de um comércio. Elas ajudaram a desvendar o caso.

A filmagem mostra a vítima chegar a pé na Rua Ciro Carneiro. Momentos depois, três travestis caminham para o mesmo local. Posteriormente, as travestis saem correndo e ingressam na Presidente Kennedy, sentido Boqueirão.

Um homem também corre para a avenida, mas a sua fuga é na direção contrária, até uma drogaria situada nas imediações. Com o avanço das investigações, apurou-se que o lutador de artes marciais trabalha como segurança da farmácia.

Antes de procurarem Rafael, os policiais identificaram as três travestis e tomaram os seus depoimentos. “Elas disseram que são as pessoas que aparecem na filmagem e apontaram o segurança da farmácia como o autor do homicídio”, informou Olívio Bento.

Motivação

De acordo com a versão das travestis, elas não conheciam Luís Carlos, que estaria aparentemente embriagado e passou a importuná-las. Por esse motivo, elas alegaram que foram à drogaria para pedir auxílio ao segurança.

A intenção das travestis, segundo elas frisaram, era a de que Rafael apenas pedisse para Luís parar de incomodá-las. Porém, o segurança começou a agredir a pauladas o serralheiro, que ficou desfalecido. Posteriormente, o acusado voltou sozinho ao local do crime e desferido mais golpes na vítima.

Receoso em ser descoberto, o segurança procurou as travestis no dia seguinte e lhes pediu para ficar de “boca fechada”, conforme elas contaram. Segundo as testemunhas, até serem descobertas pelos investigadores, elas seguiram a determinação do segurança, pois temiam sofrer represálias.

De posse da filmagem e dos depoimentos das travestis, os policiais detiveram Rafael na drogaria. Ao saber das provas contra si, o segurança confessou o crime. No bolso dele havia um soco inglês. Na farmácia foi apreendido um cassetete de madeira seu. Ele admitiu o uso do objeto no homicídio. A pedido do delegado Juvenal Marques, a Justiça decretou a prisão temporária do acusado.