Trio é preso por megafraude bancária em Praia Grande

Atualizado em 18/10/2017 - 07:51
A Tribuna / Santos

O sistema de câmeras da Prefeitura de Praia Grande flagrou o comportamento estranho de dois homens na frente de uma agência bancária. Porém, a suspeita de eventual roubo na modalidade conhecida por saidinha de banco logo foi descartada. Os policiais militares acionados para checar o episódio se depararam com uma megafraude de âmbito nacional.

Tudo começou no início da tarde de segunda-feira (16), quando câmeras captaram as imagens de Kauan Soares de Oliveira, de 25 anos, e William Roberto de Almeida, de 32. Eles estavam na frente da agência do Santander na Avenida Presidente Kennedy, 5.152, no Bairro Aviação, e chamaram a atenção porque se encontravam ao lado de uma moto e vestiam blusas de moletom com capuz.

Os PMs abordaram a dupla, que ficou bastante nervosa. Perto dela estava uma Honda CG 150 Titan preta, pertencente a William. Kauan alegou que esperavam a “prima” dele, que entrou no banco para realizar um saque. Encostada à moto havia uma bicicleta branca, que seria da suposta prima.

Enquanto um policial ficou com os dois suspeitos na rua, outro ingressou no Santander e lá abordou Taís Costa da Silva, de 30 anos. Ela admitiu ser a dona da bicicleta branca e portava a quantia de R$ 7 mil, que havia acabado de sacar de sua conta-corrente.

A averiguada não soube explicar a origem do dinheiro e se referiu a Kauan como sendo um “conhecido”, sem chamá-lo de primo. 

A partir daí, os policiais desconfiaram de que os suspeitos estariam envolvidos em um crime diverso de uma saidinha de banco.

A certeza dos PMs veio quando eles consultaram a gerência do Santander. Esta apurou que, duas horas antes, R$ 15 mil foram transferidos da conta de um cliente de Pernambuco para a de Taís. A mulher retirou apenas R$ 7 mil, porque é o limite de saque diário permitido pela agência.

Por meio de telefonema, a gerência do Santander de Praia Grande entrou em contato com o cliente pernambucano. Morador em Jaboatão dos Guararapes, município da Região Metropolitana de Recife, ele demonstrou surpresa com a transferência, afirmando que não a autorizou.

Checagem mais apurada verificou que, na manhã de segunda-feira, a vítima teve transferidos R$ 375 mil para diversas contas, entre as quais a de Taís. Devido à fraude, o cliente de Pernambuco ficou com saldo negativo de R$ 3 mil.

Conta emprestada

Os três acusados foram ouvidos em separado, sendo descoberto parcialmente o esquema criminoso. Taís informou que, há cerca de uma semana, foi apresentada a Kauan por um homem que soube identificar apenas por Émerson.

Esses dois homens pediram para Taís lhes “emprestar” a sua conta-corrente, para que nela fossem transferidos valores. A mulher disse que ficou combinado de ela ganhar 10% das quantias repassadas, tendo aceito a proposta por passar por dificuldades econômicas.

William não participaria diretamente da fraude bancária, mas daria apoio logístico aos demais acusados com a sua moto, que foi apreendida.

O delegado Luciano Samara Tuma Giaretta, da Delegacia de Praia Grande, autuou o trio em flagrante por estelionato e associação criminosa. As investigações prosseguem para identificar Émerson e outros envolvidos no golpe.